Seca avança e se agrava em Pernambuco

Barragem de Jucazinho. | Foto: iSurubim

Barragem de Jucazinho. | Foto: iSurubim

(fonte: Folha de Pernambuco)
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A seca se agravou no Estado. Levantamento do Monitor Mensal da Seca do Nordeste, divulgado ontem pela Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), mostra que a situação já atinge 85% dos municípios, sendo 46% em condição excepcional, considerado o nível mais alto. As poucas chuvas registradas no mês de agosto deixaram a situação mais crítica. O Sertão e o Agreste exibem os piores quadros. Na Zona da Mata, o avanço da estiagem tem comprometido a agricultura e a pecuária. “A seca é grave, persistente e implica também nas condições da vegetação e dos rios. A esperança é de que o bom tempo que tivemos no início do ano torne a ocorrer em 2017”, disse o diretor-presidente da Apac, Marcelo Asfora. No Sertão, de acordo com ele, entre as cidades que registram os piores quadros, estão Bodocó, Exu, Moreilândia e Verdejante.
 
Nos 71 municípios do Agreste, a situação não é diferente. Em Pesqueira, a 220 km do Recife, por exemplo, os reservatórios secaram e a população de 67 mil habitantes está sendo abastecida por carros-pipa. Em Belo Jardim, a 200 km da Capital, a cidade de 75 mil pessoas viu o líquido desaparecer das torneiras por completo. Segundo Asfora, o levantamento apontou que há áreas com índices de seca fraca, moderada e grave também na Zona da Mata e Região Metropolitana do Recife, situação que também pode ser sentida com o racionamento enfrentado em municípios como Jaboatão e Olinda. Apenas numa estreita faixa ao longo Litoral, os impactos permaneceram de curto prazo. “Vivemos a pior seca dos últimos 50 anos, o que deve continuar trazendo consequências para a economia local e para os reservatórios. É importante a população acompanhar de perto e também se conscientizar quanto ao desperdício”.
 
Esperança
 
Em meio à situação caótica, a boa notícia diz respeito ao El Niño. O fenômeno – que indica o aumento na temperatura do oceano – foi dissipado e não representará mais uma barreira para a chegada das chuvas. Aliada à melhoria no clima, estão os investimentos em infraestrutura. Esse último fator depende da liberação de recursos para importantes obras, mas só a partir de 2017. Entre elas, a conclusão de, pelo menos, quatro barragens, totalizando R$ 500 milhões – Igarapeba (São Benedito do Sul), Serro Azul (Palmares), Panelas (Cupira), e Gatos (Lagoa dos Gatos). Uma adutora interligando o sistema Siriji, em Vicência, ao Palmerinha, em Bom Jardim, deve receber R$ 40 milhões e favorecer 12 municípios.
 
Desperdício
 
Conforme o levantamento, cerca de 40% da água tratada é desperdiçada antes de chegar ao consumidor final. Vazamentos, redes antigas e ligações clandestinas são algumas das causas. De acordo com a Compesa, já são 15 cidades em situação de emergência, tendo o caminhão-pipa como a única fonte de abastecimento. A frota desses veículos deve saltar, até dezembro deste ano, de 250 para 400. A ampliação também se refletirá nos gastos com o serviço, passando de R$ 1,7 milhão para cerca de R$ 3 milhões.

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