Moro marca até 15 audiências por dia na segunda ação movida contra Lula

(fonte: O Globo)
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SÃO PAULO – O juiz Sergio Moro marcou até 15 audiências num único dia para acelerar as oitivas das 87 testemunhas de defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no processo em que ele é acusado por ter recebido vantagens da Odebrecht – as compras de uma cobertura vizinha à da família, em São Bernardo do Campo, que está em nome de terceiros, e de um imóvel em Indianópolis, que seria destinado à sede do Instituto Lula, mas que a entidade não usou. Moro chegou a considerar o número de testemunhas excessivo e determinar que Lula acompanhasse todas as audiências presencialmente, em Curitiba, mas os advogados do ex-presidente recorreram e derrubaram a decisão no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4).
Estão marcadas 119 audiências de defesa apenas entre os dias 12 de junho e 12 de julho - Andre Coelho / O Globo

Estão marcadas 119 audiências de defesa apenas entre os dias 12 de junho e 12 de julho – Andre Coelho / O Globo

Por enquanto, estão marcadas 119 audiências de defesa apenas entre os dias 12 de junho e 12 de julho. Além das testemunhas arroladas por Lula, a Justiça tem de ouvir também as arroladas pelos outros oito réus no processo, entre eles o ex-ministro Antonio Palocci e o empresário Marcelo Odebrecht. Na manhã desta terça-feira, a defesa de Palocci desistiu de oito testemunhas de defesa, entre elas os empresários Jorge Gerdau Johannpeter e Lázaro Brandão.
 
De acordo com o termo de audiência, o juiz pretende ouvir todas as testemunhas até 12 de julho. Políticos e autoridades, como o ministro da Fazenda Henrique Meirelles, devem ser ouvidos por videoconferência dentro deste prazo. Moro pediu que sejam oficiados para depor entre 13 de junho e 22 de junho, por videoconferência. Além de Meirelles, estão na lista os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL), Marta Suplicy (PMDB-SP) e Jorge Viana (PT-AC). Políticos e autoridades foram arrolados pelas defesas de Lula, Palocci e Branislav Kontic, ex-assessor de Palocci.
 
As testemunhas de acusação começaram a ser ouvidas nesta terça-feira, com a audiência do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente. No depoimento, feito por videoconferência em São Paulo, Bumlai disse que a ideia de uma nova sede para o Instituto Lula foi da ex-primeira dama Marisa Letícia, que morreu em fevereiro passado. O pecuarista, que é amigo de Lula, diz que dona Marisa não queria que Lula soubesse.
 
Pelo menos 14 delatores da Lava-Jato falarão no processo, entre eles o empresário Emílio Odebrecht, o ex-senador Delcídio do Amaral, o doleiro Alberto Youssef, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e os operadores de propina Fernando Soares, o Fernando Baiano; e Milton Pascowtich. Também o ex-deputado Pedro Corrêa, do PP, está na lista da acusação – condenado pelo mensalão, ele tenta até hoje firmar acordo de delação premiada, ainda não confirmado pelo Ministério Público Federal.

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