Atacante argentino abandona a carreira para doar fígado ao sobrinho

(fonte: G1)
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O atacante argentino Alejandro Benitez, de 30 anos, conhecido como Lulo Benitez, pendurou as chuteiras por motivo muito especial: salvar a vida do sobrinho Milo, de 9 meses. O bebê nasceu com uma má-formação e precisava de um transplante de fígado. Lulo fez teste para saber se era compatível e, diante da afirmativa, não teve dúvidas em se afastar do futebol para salvar o menino. O atleta jogava como atacante no Central Larroque, clube que atualmente o equivalente à terceira divisão do campeonato argentino.
 
“Em primeiro lugar para mim era a saúde do meu sobrinho e nada me importava mais do que isso. Somos uma família muito unida, com três irmãos. Quando me disseram que eu era compatível, não tive dúvidas. Eu teria que abandonar o futebol, mas não me importei”, disse em entrevista à “CNN español”. Quando Milo nasceu, os médicos detectaram uma obstrução biliar. Por ser um bebê, o transplante de uma pessoa viva se tornou a única opção. Como a irmã de Lulo havia passado por uma cirurgia de coração, o transplante feito por ela se tornaria um risco. Por isso, a família buscou outras opções entre os parentes.
Lulo e o sobrinho, Milo | Foto: Reprodução/Facebook

Lulo e o sobrinho, Milo | Foto: Reprodução/Facebook

“Eu jamais vou me arrepender do que fiz. Você não faz ideia da alegria que minha irmã ficou ao saber que havia uma chance de vida para o Milo”, disse. O atleta, que será papai no fim deste ano, passou por uma cirurgia de sete horas para doar parte do órgão. Já Milo enfrentou doze horas de operação. Segundo Lulo, o encontro com o sobrinho após o transplante foi pura emoção. “A verdade é que, após a cirurgia, só o encontrei depois de cinco dias. Quando pude sair da UTI e encontrá-lo, foi a coisa mais emocionante que aconteceu na minha vida. Era outra pessoa. Eu o vi na incubadora e pude cantar canções para ele enquanto ele sorria. Me emocionei muito e chorei demais”, contou.
 
A partir de agora, tio e sobrinho irão passar por um período de recuperação. Milo precisa ficar ainda isolado, para evitar risco de infecções. Lulo, por sua vez, irá retomando a vida normal aos poucos. “Há uma restrição alimentar e cuidados com atividades físicas mas, em no máximo oito semanas, ele poderá retomar a vida normal”, disse Ariel Gonzalez Campana, equipe de transplante cirurgião Hospital Austral à “CNN español”.

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