Projeto Minas na Programação incentiva alunas ao mercado de tecnologia
Seria o mercado de tecnologia voltado para os homens? Segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), de 2000 a 2016, mais de 117 mil alunos se formaram neste curso no Brasil, sendo 19,7% deles do sexo feminino. Diante da baixa procura pelo curso de programação e a falta de incentivo pela ocupação de vagas na área por mulheres, a Escola de Referência em Ensino Médio (EREM) José Vilela, em Casa Forte, criou uma disciplina eletiva para fomentar o interesse das estudantes para o setor de tecnologia.
O projeto “Minas na Programação” busca por meio de palestras, discussões e aulas ensinar as primeiras noções de programação para as estudantes. Além disso, a disciplina visa incentivar o envolvimento delas em atividades voltadas para a pesquisa científica nas áreas de ciências da natureza e matemática a partir de atividades que desmistificam alguns conceitos.
“O mercado de trabalho de desenvolvedores ainda é dominado por homens. Por isso, que a nossa proposta é instigar a participação das meninas e mostrar para elas que isso vai muito mais além do que elas estão vendo”, explicou o professor do curso de programação de software Jonata Arruda.
Durante os encontros, as jovens aprendem a criar aplicativos e a desenvolver jogos. Assuntos como linguagem de programação, códigos, lógica, simulações empresariais e oratória fazem parte da grade da disciplina. Além disso, a eletiva tem função multidisciplinar, pois aborda ainda outras matérias, como inglês, matemática e biologia.
“Algumas pessoas acham que programação não tem nada a ver com ciências humanas, por exemplo. E nossa missão é conversar com essas pessoas para derrubar esse mito de achar que a tecnologia é voltada apenas para a informática. Sempre haverá uma conexão entre a tecnologia e as outras áreas. E nós como professores devemos criar formas de atrair e engajar essas meninas para o mercado tecnológico”, acrescentou o professor.
Yasmin Costa, estudante do 1º ano, contou que está muito feliz por essa oportunidade e que a eletiva despertou um olhar mais atento para a área. “Está sendo bastante produtivo os encontros, pois o professor vem mostrando as novas áreas de trabalho que estão surgindo. Na verdade, eu não tinha interesse pela área de tecnologia e foi a partir desse curso, que está inovando o mercado de trabalho e que está dando mais oportunidades de emprego, que eu decidi me dedicar mais”, afirmou.
“Está sendo algo totalmente novo para mim, porque eu nunca fiz curso de programação. Além disso, está me ajudando tanto na questão da digitação como no conhecimento da área, que é algo que eu quero que cresça nas escolas, porque nos ensinou a trabalhar em grupo e nos fez ter mais responsabilidade”, relatou a estudante do 2º ano Ingrid Victória. “Esse curso que tem na escola me ajudou a abrir mais um pouco a mente e eu pretendo continuar nessa área”, finalizou.
(Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco)
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