Relato de um amante do futebol, ranzinza

José Mourinho sintetiza o doente por futebol, ranzinza | Foto: ilustração
Repórteres perguntando obviedades triviais nas coletivas. Analistas de arbitragem brigando com as imagens. Comentaristas definindo características por meio de estereótipos manjados. Corneteiros sacramentando pejorativamente atletas. Boleiros estipulando presunçosamente o status dos jogadores. Saudosistas de memória seletiva valorizando outrem de outrora mais do que craques de agora.
Às vezes, o futebol encarna o cansativo déjà vu. Fartando o ânimo dos afeiçoados na riqueza que o esporte bretão pode proporcionar sob a ótica subjetiva. Quem é adepto da “autossuficiência” sente-se subestimado quando escuta exaustivamente alguém falando algo como “o time precisa atacar pelas pontas, o meio está muito congestionado” para justificar uma eventual situação numa partida.
É tudo tão repetitivo “nos bastidores, plateias e fóruns” que transborda tédio. A ressalva, o que salva, visceralmente, é o gol. É a gama de reviravoltas no embate dentro do campo. É o drible traquino. É a treta dos rivais escaldados. É o choro do torcedor apaixonado. É até o cachorro danado que invade esporadicamente o gramado.
Não, não é preciso moldar-se pela opinião de (supostos) especialistas em questões táticas, técnicas e estatísticas. O devido é apreciar o mundo da bola olhando-o como se enxerga outras artes. Sentindo-o ora passional, ora racional. Buscando a interpretação pessoal, pendendo para o minimalismo. Dessarte, o modus operandi do doente por futebol meio megalomaníaco e totalmente ranzinza (mas feliz) se manifesta.
A comunicação me fascina. Gosto de relatar, informar e opinar. Portanto, pus no ar um site pra expor minha terra de uma maneira dinâmica, sob o meu prisma e o de outros autores.