Ebola, a epidemia cotada para o Enem
(fonte: Diário de Pernambuco)
As epidemias de modo geral são recorrentes nas provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que este ano acontece nos dias 8 e 9 de novembro. Nesta reta final, é importante o fera atentar para os temas mais atuais porque eles certamente vão aparecer. Em meio a um surto nos países africanos e já contabilizando casos na Europa e América do Norte, o ebola tem ocupado os noticiários internacionais e deve surgir em algumas questões da área de ciências da natureza – que abrange biologia, química e física – e em outros vestibulares.
O professor de biologia Marco Gaudêncio, do Colégio Motivo, explica que uma pandemia é quando uma doença se alastra para vários países ou continentes, “no caso do ebola já é considerado assim, registrando-se casos nos Estados Unidos e na Espanha”. Na última quarta-feira a Cruz Vermelha divulgou que, se todas as medidas necessárias forem tomadas, vai demorar de quatro a seis meses para o vírus ser contido. O ebola já causou mais de 4,5 mil mortes na África Ocidental e os especialistas alertam que a taxa de infecção poderá chegar a 10 mil por semana no início de dezembro.
No Brasil, os dois casos suspeitos foram descartados. Para o professor Marco Gaudêncio, se a doença chegar ao país é caso para preocupação, sim. “Todos sabemos que nosso sistema de saúde é precário na maioria das cidades, as capitais podem estar mais preparadas, mas não é a realidade nacional”, explica Gaudêncio. Outro fator que ajuda a propagação de doenças como o ebola é a facilidade de locomoção. “O indivíduo pode estar num país hoje, e amanhã estar em outro.”
Com alta letalidade, os primeiros sintomas incluem febre alta, enjoos e fortes dores de cabeça. Podem surgir de 2 a 21 dias após o indivíduo ter sido contaminado. Com a evolução da doença surgem vômitos e diarreias que podem conter sangue, hemorragias, e chegar ao estado de coma e morte. Segundo o professor de biologia, a letalidade diminuiu em relação ao primeiro surto em 1976, mas ainda é considerada muito alta, em torno dos 90%.
O vírus que causa a doença é encontrado na saliva de morcegos frutíferos, e é transmitido através do contato com sangue, vômito, urina, fezes e secreções íntimas da pessoa infectada, ou através do consumo da carne dos animais. “Muitas vezes esse morcego morde uma fruta e se alguém comer aquela fruta já adquire a doença, que não é transmitida pelo ar, como acontece com gripes e outras viroses”, esclarece Marco Gaudêncio.
Segundo o professor, a dificuldade maior com as viroses é que a maioria delas não tem remédios específicos, nem vacinas. “Nas doenças bacterianas, por exemplo, utilizamos os antibióticos, mas não temos medicações específicas para viroses”, explica. A estudante Gabriella Lima, 17, pretende fazer medicina e tem revisado bastante o conteúdo de saúde. “Tenho visto muita coisa sobre o ebola, dengue e a chikungunya. Fiz as provas por experiência ano passado e sei que o programa de saúde é o que mais cai”, afirma.
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