Atentado mata 12 em jornal de Paris
(fonte: JC)
Doze pessoas, entre elas dois policiais, morreram nesta quarta-feira em um ataque com fuzis de assalto e lança-foguetes contra a sede da revista satírica Charlie Hebdo, localizada em Paris, informaram fontes ligadas ao caso. O presidente François Hollande dirigiu-se até o local dos fatos e confirmou tratar-se de um ataque terrorista, o mais violento registrado na França em 40 anos.
“Dois homens armados com kalashnikovs e um lança-foguetes invadiram a redação da revista de humor Charlie Hebdo no distrito XI de Paris. Uma troca de tiros aconteceu com as forças de segurança”, contou uma fonte ligada à investigação do caso falando à AFP.
Segundo fontes policiais, os autores do ataque gritaram “Vingamos o Profeta!”, em referência a Maomé, alvo de uma charge publicada há alguns anos pela revista, o que provocou revolta no mundo muçulmano. Ao abandonar o prédio, os agressores atiraram contra um policial, atacaram um motorista e atropelaram um pedestre com o carro roubado.
“Ouvi disparos, vi pessoas encapuzadas que fugiram em um carro. Eram pelo menos cinco”, declarou à AFP Michel Goldenberg, que tem um escritório vizinho na rua Nicolas Apert, onde fica a sede da revista. Hollande convocou uma reunião de crise no palácio presidencial para as 11H00 de Brasília.
“É um atentado terrorista, não há dúvida”, disse Hollande, definindo o atentado como “um ato de uma barbárie excepcional”. As autoridades também anunciaram que a região parisiense foi colocada em estado de alerta máximo. Coincidência ou não, a Charlie Hebdo fez a divulgação em sua edição desta quarta-feira do novo romance do controvertido escritor Michel Houellebecq, um dos mais famosos autores franceses no exterior.
A obra de ficção política fala de uma França islamizada em 2022, depois da eleição de um presidente da República muçulmano. “As previsões do mago Houellebecq: em 2015, perco meus dentes… Em 2022, faço o Ramadã!”, ironiza a publicação junto a uma charge de Houellebecq.
A revista de humor tem sido ameaçada desde que publicou charges do profeta Maomé em 2006. Em novembro de 2011, a sede da publicação foi destruída por um incêndio criminoso, já definido como atentado pelo governo na época. Em 2013, um homem de 24 anos foi condenado à prisão com sursis por ter pedido na internet que o diretor da revista fosse decapitado por causa da publicação das caricaturas do profeta muçulmano.
A Casa Branca apressou-se em condenar “nos termos mais enérgicos” o atentado contra a revista francesa. “Todos na Casa Branca estão junto às famílias daqueles que foram mortos ou feridos neste ataque”, declarou o porta-voz Josh Earnest, falando à MSNBC. O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, também condenou o que chamou de “um ato intolerável, uma barbárie”.
Já o primeiro-ministro britânico, David Cameron, reagiu com revolta à noticia e expressou solidariedade com a França na luta contra o terrorismo. “Os assassinatos em Paris são revoltantes. Estamos ao lado do povo francês na luta contra o terrorismo e na defesa da liberdade de imprensa”, declarou Cameron em sua conta no Twitter.
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