Torcida do Santa Cruz vive expectativa de dias melhores e longe da Série D

Torcida aposta que o acesso possa ser uma virada de chave para o Santa Cruz, que deve implementar a SAF nos próximos meses. - Foto: Ricardo Fernandes/Folha de Pernambuco
Após dias de ansiedade para conseguir os ingressos do jogo da volta contra o América-RN, os amigos Laexis Duarte e Lucas Portela terão o privilégio de acompanhar o momento diretamente da arquibancada. Os torcedores, que já participaram de outros confrontos da campanha fora de casa, almejam não precisar viver a Quarta Divisão novamente.
Dores
Estádios com pouca estrutura, gramados ruins, acessos complicados e baixa premiação. Esses são apenas alguns pontos que a Série D acaba por oferecer e que não combinam com a grandeza da história do Santa Cruz. Na torcida, essa decisão é vista como a oportunidade de sair desse “inferno”.
“A minha expectativa é que esse jogo mude a história do clube, não só de sair desse inferno da Série D, que pode ser ainda maior com 96 clubes, então essa partida vale muito. Eu espero que o Santa jogue com muita raça, passe de qualquer jeito, nem que seja nos pênaltis, saia dessa divisão e constitua a SAF”, iniciou Lucas.
A última vez que o Tricolor do Arruda viveu essa situação de conseguir fugir da Série D foi em 2011. Para o torcedor, ter que conviver com essa situação novamente traz um sentimento de dar passos atrás na sua própria história.
“O Santa Cruz vem se acostumando a jogar com times que a gente nunca ouviu falar. E quando enfrentamos esses clubes, a gente tem medo de perder. O sentimento é de uma regressão muito grande”, comentou.
Concordando com a mesma linha de pensamento, Laexis reitera ainda o perfil da competição, reconhecida como uma das mais difíceis do calendário nacional.
“Eu acompanho muito esse raciocínio da Série D como um inferno, porque é um dos campeonatos mais difíceis de jogar. Até esse ano são 64 times, vão subir apenas quatro, então 60 vão ficar pelo caminho. Aqui você mata ou morre, são três eliminatórias até subir”, disse.

Lucas Portela e Laexis Duarte, torcedores do Santa Cruz, estarão presentes em Natal, na Arena das Dunas. – Foto: Ricardo Fernandes/Folha de Pernambuco
Apoio
Um ano após o clube não ter calendário nacional, o Santa vive um cenário em que tudo pode começar a se transformar. A iminência da constituição da SAF e o possível acesso motivam e aproximam cada vez mais a torcida do clube.
Antes dessa temporada, os amigos não tinham experiências de acompanhar o time mesmo em outros Estados. Dessa vez, estarão presentes naquele que pode ser o jogo mais importante do clube nos últimos anos.
“O Santa Cruz é um time que, onde quer que ele vá, terá torcedores acompanhando. Eu nunca tinha viajado para acompanhar o Santa, o primeiro foi contra o Sergipe. Mas tudo na Série D é difícil, até em questão de transmissão também. Nisso eu decidi que não poderia deixar de ver o jogo pessoalmente, não tinha condições de acompanhar de longe (risos)”, argumentou Lucas.
Rituais
Em uma partida tão especial, todo cuidado será pouco. Para Laexis, o momento é de fazer tudo aquilo que já vinha dando certo, incluindo utilizar as mesmas roupas dos jogos anteriores e seguir passo a passo os seus rituais.
“Eu sou um cara muito supersticioso. Tento fazer as mesmas coisas quando deu certo de outra vez. Ganhei do meu pai essa touca quando tinha aproximadamente nove ou dez anos e em todos os jogos que usei deu certo”, começou.
“Uso essa touca nesses momentos decisivos também. Não uso ela sempre para não banalizar e nem ela perder a mística. Tenho todo um manual para usar, coloco só quando a bola está rolando e tiro sempre nos intervalos”, explicou.
(Fonte: Folha PE)
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