Luz acumula aumento de 21% em 2015

É a terceira vez que a conta aumenta só este ano. Em janeiro, a energia ficou mais cara porque passou a ser cobrada a bandeira vermelha, que na época era de R$ 3,00 para cada 100 quilowatt-hora (kWh). Em março, a bandeira vermelha saiu de R$ 3 para R$ 5,50 e foi cobrado um reajuste médio de 2,20% de Revisão Tarifária Extraordinária (RTE) para os pernambucanos, com a finalidade de cobrir o preço de geração das térmicas, que produzem uma energia mais cara e estão funcionando desde o final de 2012, devido à escassez de água nos reservatórios das principais hidrelétricas do País.

“A bandeira deve continuar vermelha todo este ano porque está acabando o período chuvoso em abril e os reservatórios continuam em baixa”, diz Feijó. Também podem ser aplicadas as bandeiras amarelas e a verde. Somente essa última não influencia a conta do consumidor.

De janeiro a abril deste ano, o consumidor já arca com três reajustes, que somam 13,06%, mais 8% da bandeira tarifária vermelha

De janeiro a abril deste ano, o consumidor já arca com três reajustes, que somam 13,06%, mais 8% da bandeira tarifária vermelha

REPASSE – Duplamente impactado pela alta no preço da energia, o comércio deve repassar o reajuste, segundo o diretor executivo da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) do Recife, Fred Leal, também presidente do Sindicato dos Lojistas do Recife. “Nossa perda é dobrada. Primeiro, porque os consumidores passam a ter menos renda para consumir, devido ao aumento da conta de luz e à inflação. E ainda arcamos com o aumento do custo da operação”, conta. “Pagamos pelos erros dos outros. O governo federal foi irresponsável e fez uma manipulação dos preços para fins eleitoreiros”, desabafa.

Uma parte do atual aumento da Celpe ocorreu para pagar os encargos setoriais (taxas arrecadadas pelo governo federal na conta de luz) e empréstimos que a distribuidora teve que fazer durante 2014 para contratar a energia por um preço mais caro no mercado de curto prazo. No cálculo do novo aumento, entraram valores como R$ 163 milhões para cobrir o Encargo de Serviços do Sistema (ESS), usado para bancar a energia que a Celpe comprou no mercado de curto prazo em 2014. Mais R$ 377,4 milhões foram contabilizados para financiar a compra da energia mais cara das térmicas e “o efeito do risco hidrológico” do ano passado, como diz o voto do relator do aumento da Celpe na Aneel, Reive Barros. Os encargos setoriais tiveram uma variação de 59% e foram responsáveis por 6,63% do reajuste.

O presidente em exercício da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), Ricardo Essinger, considera “péssimo” o aumento na conta de luz, uma despesa que chega a representar até 30% nas companhias de porte médio do setor. “Somente o cimento que fabrico terá um acréscimo de 2% no custo e não vamos poder repassar isso ao cliente”, comenta, acrescentando que esse acréscimo vem num cenário difícil em que as empresas estão sofrendo com o aumento dos custos e a redução da atividade econômica.

A reajuste do preço da energia traz outro aspecto negativo: contribui para a alta da inflação, com um repasse generalizado do aumento do custo das empresas. Em março último, a energia foi a vilã da inflação em todo o País. No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA (índice oficial que mede a alta dos preços no País) registrou uma alta de 8,13% e um acumulado de 3,83% neste ano.

(fonte: JC)

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