Em 2015, PIB de Pernambuco teve a maior queda dos últimos 28 anos
(fonte: G1)
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O Produto Interno Bruto (PIB) de Pernambuco, que representa a soma de todas as riquezas produzidas no estado, teve uma queda de 3,5% em 2015 em relação ao ano anterior. Em valores correntes, o PIB foi de R$ 155,5 bilhões. “Esse é o pior resultado desde 1988, quando a houve uma retração de 4,5%. A última vez que o estado não registrou um resultado negativo foi em 1992. Naquele ano, o encolhimento foi de 2,8%”, afirmou o diretor executivo de Estudos e Pesquisas Estatísticas da Agência Condepe/Fidem, do governo do estado, Maurílio Lima.
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Mesmo assim, os dados de Pernambuco, divulgados na manhã desta quarta-feira (23), são um pouco melhores do que o PIB nacional. No Brasil, a retração foi de 3,8% em 2015. O cenário é bem pior agora do que nas décadas de 80 e 90, na avaliação de Maurílio Lima. “A economia de Pernambuco mudou e deixou de ser agrária. Mudamos o perfil e deixamos de ser dependentes apenas da produção agrária. Ganhamos indústrias. Crescemos por um período e a queda foi muito grande”, declarou.
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Os registros da agência revelam que a agropecuária é o único setor que ainda conseguiu escapar em Pernambuco. Teve crescimento de 5%, o que foi importante para amenizar os impactos da queda do PIB global do estado. No ano passado, a indústria teve o pior desempenho, tendo apresentado uma queda de 6,6%. O setor que teve mais perdas foi o da construção civil, com uma queda de 11,8%, quase o dobro da taxa nacional. Em todo o país, a baixa nesse segmento foi de 7,6%. “Tivemos perdas enormes tanto na produção de imóveis quanto nas grandes obras. O resultado reflete a situação do Complexo de Suape. O problema da Petrobras, afetada pela Operação Lava Jato, foi fatal. Houve perdas com a refinaria e com o estaleiro”, observou Lima.
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Além da construção civil, outro setor da indústria que sofreu uma grande queda foi o da produção e distribuição de eletricidade, gás, água, esgoto e limpeza urbana, com uma retração 5%. O índice nacional foi de 1,4%. Além disso, foi verificada uma queda na fabricação de equipamentos de transporte (26,7%), bebidas (12,7%), produtos de metal (18,1%), metalurgia (10,5%), outros produtos químicos (6,3%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (9,9%).
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Também houve uma redução na arrecadação de impostos, com índice negativo de 4,3%, e nos serviços, com 2,7% no vermelho. Se for levada em conta a avaliação do quarto trimestre de 2015, a situação é ainda pior. A queda foi de 6,3% em comparação com o mesmo período de 2014.
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Estados
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Em comparação com outros estados, Pernambuco teve o mesmo desempenho do Ceará e um resultado pior que o da Bahia, cuja economia caiu 3,2%. No entanto, a situação econômica do estado está melhor que a de São Paulo, cuja baixa foi de 4,1%. A queda do PIB no país foi a maior desde o início da série histórica anual iniciada em 1996, sem ajuste sazonal. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em valores correntes, a soma de todas as riquezas do Brasil fechou o ano passado em R$ 5,904 trilhões.
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Expectativa
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De acordo com a avaliação da Condepe/Fidem, o cenário para este ano não deve melhorar muito. A previsão é de nova queda na economia pernambucana em 2016. O estado acompanhará, na visão de Maurílio Lima, o drama nacional. “A expectativa é de retração na casa dos 3%”, afirmou
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