O lobo e o cordeiro

OPINIÃO /// Quando a gestão de Túlio parecia o Titanic naufragando, Flávio Nóbrega pulou fora num bote, afastando-se da parceria com o prefeito que ele mesmo lançou e com o PT. Sim, sem dúvida, seguindo a premissa partidária, Flávio não é o ex-presidente Lula. Que nos bons e maus momentos, até o declínio, esteve ao lado de Dilma. Flávio é o que lhe convém, pra manter seu respaldo político, ambições e popularidade em alta.

 
Foi assim nos tempos de Humberto, quando atuava como médico e vendedor da própria imagem nos subúrbios e zonas rurais. Foi assim quando se desentendeu com seu vice-prefeito e antigos amigos, após adentrar na prefeitura em 2005, descumprindo acordos estipulados no período do pleito. É assim agora, quando se alia ao PSB, que tanto criticou em tempos nem tão distantes.
Em outrora aliados, por ora rivais: Flávio Nóbrega ao lado de Túlio Vieira em campanha em 2012 | Foto: Divulgação/Facebook

Em outrora aliados, por ora rivais: Flávio Nóbrega ao lado de Túlio Vieira em campanha em 2012 | Foto: Divulgação/Facebook

Todavia, a gestão de Túlio que antes parecia o Titanic naufragando, agora se mostra um transatlântico navegando. Ou, no mínimo, um governo municipal que vem reparando mancadas e melhorando sua credibilidade com trabalho e transparência. É inegável que o ex-prefeito deu para Surubim uma nova cara, alavancando o crescimento e o potencial do município, com governança e governabilidade acima da média. Não à toa foi reeleito em 2008 com um pé nas costas, batendo Ana Célia facilmente.
.
Mas também é sabido, de acordo com o burburinho nos bastidores, que por trás dos gratos feitos de Flávio, há uma névoa e (possíveis) benefícios de cunho pessoal, burlando a justiça. Sendo assim, competente e também maquiavélico. Já seu sucessor, Túlio, que antes era despreparado e inocente, evoluiu como político, gestor e articulador no patamar que sempre possuiu como pai, marido e homem íntegro.
.
E o que vale mais: glorificar o bordão “rouba, mas faz”, apoiando a figura pública que lança o primogênito ao estrelato político na base da mesma “meritocracia” conseguida pelo filho de Eduardo, João Campos, que virou chefe de gabinete de Paulo Câmara? Ou afeiçoar-se aquele que, em tempos de corrupção e caos conjuntural no país, mantém-se longe de polêmicas e acusações? O que vai ser: o lobo ou o cordeiro?

Notícias Recentes