Amores, desamores, flores e dores
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CRÔNICA /// O “para sempre” sempre pára. Felicidade a conta gotas, o temido clichê. Hoje almas gêmeas, amanhã meros estranhos. Estranho? Gozado. Sentimento cíclico, panela revezando tampa; ora tapando buraco, ora encaixando-se cirurgicamente. Assim vacina parece tumor e fobias prendem-se a triste dor.
Cotovelo dolorido, coração partido, lágrimas ofuscando sorrisos. Separar-se junta tudo: o bom, o ruim, as belas lembranças do início e meio, e os tormentos do fim. Difícil é voar pairando aliviado, fechando os olhos e voltando a sonhar acordado. Culpa da não cicatrização. Do desentrelaço sorrateiro – pior! – inesperado. Claro, amar somando parceiros (“amores”) subtrai o que é compatível apenas dividindo. Multiplicar só a dois! Filhos, momentos, beijos, afagos, olhares, desejos: antes, durante e depois.
Adeus só Deus sabe. Quando há consenso pacífico, não há sentimento forte, somente romance em doses de médio porte. Amizade confundida, isso. Ou talvez atração bandida, caso de pouco caso. Agora, quando uma parte, sim, sofre superiormente, eis a (in)compreensível gangorra de emoções. Pois não houve reciprocidade e se houve, não existe mais (nunca mais?). O que sobra é a famosa cegueira sentimental obsessiva, fardo dos que não aceitam o “tarde demais”.
Insônia, angústia, apetite desgostoso, surtos enciumados, dilemas infundados, ânimo doloroso… Daí, substituição. Resta tempo ao tempo e colheita. Acolher a ideia de mudança. Dança, entrar nela e varrer as sobras, espantando o fantasma que desfilava de anjo nos momentos de juras eternas. Afinal, hesitar covardemente apodrece o desbravar. Serve como fatídico equívoco, pecado, tara em azar.
Então, amor renovado, fila que anda e abrigo sentimental refeito. Muito bom. E melhor ainda quando “até que a morte os separe” fixa na mente e gruda no roteiro fazendo cambalear. No final, não há fim. Recomeços e reencontros são os carnavais dos casais. A chama que acende e atrai. Portanto, tentar é o lema e encontrar, consequência. De certo, o ato das mãos atadas fazer parte de todos, todos os dias. E como se atrever a fugir disso?
A comunicação me fascina. Gosto de relatar, informar e opinar. Portanto, pus no ar um site pra expor minha terra de uma maneira dinâmica, sob o meu prisma e o de outros autores.