Brasil, Copa e Teorias da Conspiração

Teorizar conspiratoriamente é arrumar desculpas – nonsenses -, para o vexame da fatídica eliminação brasileira. É muito mais correto e honesto você reconhecer e admitir a inferioridade do Brasil, a inexistente parte técnica e tática e, principalmente, a inexperiência e carência de um forte preparo psicológico do grupo. Afinal, responderam negativamente à pressão que eu, você e mais de 200 milhões de brasileiros fanáticos exercemos. Resistir a tudo isso não é nada fácil, imagino.

É mais justo – até consigo mesmo – reconhecer a soberania e qualidade (técnica, tática, de experiência e psicológica) do adversário do que acreditar, cegamente, que a Copa foi mesmo vendida. Não admitir isso denota um grave e notório complexo de superioridade.

Essas teorias sempre existiram, sempre existirão. 2014 revive 1998, quando a França – jogando em casa – derrotou o Brasil na final da Copa e, imediatamente, todos para mascarar a derrota, lançaram suas teorias de conspiração. E, assim – infelizmente – viverá por muito tempo.

Conspiração

Elas surgem para esconder o óbvio – e não mostrar coisas que não existem, como acham. Acostumamos com um Brasil aguerrido, vitorioso e imbatível; talvez um Brasil imortal. A atípica derrota abalou todo mundo. O psique, nesse caso, fica condicionado a não agir racionalmente. Ele acaba recorrendo a mecanismos de defesa. Quem não tem, os cria. É mais cômodo agir assim do que encarar a triste realidade, pois, “dói” menos. E eles, que são de defesa, acabam se tornando verdadeiros mecanismos de ataque com um quê de delírios persecutórios. Mecanismos para defender o indefensável. É compreensível.

Enfim, cada um crê no que quer e reage como quiser. Eu entendo. Eu respeito. Porém, confesso: é tragicômico. Mais até, eu diria, que a própria eliminação. Tudo isso deixou sequelas. Eu tô triste, você tá triste. Nós estamos, todos estão. Mas, não há mal que perpetue. Vai passar.

De tudo, uma coisa é certa: o Brasil jamais se venderia no momento que mais precisou exorcizar o tão perturbador fantasma uruguaio, o tão persistente pesadelo de 1950. Isso, dinheiro no mundo não paga. E tente não acreditar que a Copa foi, de fato, mesmo vendida. Vendido está sendo você. Pense nisso…

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