Brasil foi responsável por 40% da destruição de florestas tropicais no mundo em 2021
O Brasil é dono de um terço das florestas tropicais primárias, áreas intocadas ou muito conservadas que ainda existem em dez países do mundo. Em 2021, 1,5 milhão de hectares dessa floresta no país foram destruídos — tamanho equivalente a dez vezes a cidade de São Paulo.
Desde 2001, a Global Forest Watch, uma plataforma de monitoramento de florestas em todo o planeta, faz o estudo com base em análise de imagens de satélite feita pela Universidade de Maryland, nos Estados Unidos.
O novo relatório, divulgado nesta quinta-feira (28), revelou que em 2021 a área de floresta tropical primária destruída no mundo foi de 3,75 milhões de hectares, e o Brasil foi responsável por 40% do total — mais de 1,5 milhão de hectares, o equivalente a quase dez vezes o município de São Paulo.
A República Democrática do Congo aparece em segundo lugar no ranking (499 mil hectares). Em seguida, aparecem Bolívia (291 mil hectares), Indonésia (203 mil hectares) e Peru (154 mil hectares).
A maior parte dessa perda aconteceu na floresta amazônica. O desmatamento, os incêndios e as mudanças climáticas vêm transformando grandes áreas que sofrem com a perda da biodiversidade e com o aumento de emissões de carbono. O estudo afirma que essa destruição da floresta pode impactar nos padrões de chuva na região, e isso pode ser crítico até para a produção agrícola.
Para a diretora do instituto que fez a pesquisa, é preciso encarar a proteção da floresta não só pelo viés ambiental, mas também econômico e social.
“Nos últimos anos, a gente vê uma tendência de aumento e uma certa estabilidade num patamar muito alto. A gente ainda não conseguiu identificar nenhum dado que indique um decrescimento desse índice. Eu acho que o grande ganho é aquele país que entende que por ser um país rico, essa quantidade de floresta, olha para isso com riqueza, como ativo. Olha para isso como algo que pode e deve ser usado a favor da sua própria economia e a favor de uma economia global que tem na segurança climática um aspecto central”, diz Fabíola Zerbini, diretora de florestas da Global Forest Watch.
(Fonte: G1)
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