Falcão explica hiato como técnico, revela recusa ao Sport e diz porque aceitou novo convite

Falcão já tinha recebido convite do Sport para a temporada de 2014, mas recusou por outro compromisso.

Falcão já tinha recebido convite do Sport para a temporada de 2014, mas recusou por outro compromisso.

(fonte: SuperEsportes)

Com a educação e tranquilidade que lhe é peculiar, Paulo Roberto Falcão foi apresentado oficialmente no início da tarde desta terça-feira como novo treinador do Sport. Em pouco mais de 30 minutos de entrevista coletiva, foi questionado sobre o porquê de ter ficado três anos afastado da função. Falcão também falou sobre a “rejeição” de parte da torcida (que reprovou a sua chegada), do porquê de ter aceitado o convite do Leão, do trabalho com a base, do elenco e dos planos à frente do time. Abaixo, os principais tópicos da entrevista do novo técnico do Sport.

Convite do Sport em 2014

“Tivemos uma conversa há muito tempo, no começo do ano passado mas que só veio a se materializar agora. Por impedimento meu, por um compromisso que tinha assumido com a Copa do Mundo (como comentarista). Não podia assumir o time e parar por dois meses para depois voltar. Mas, a partir, daquele momento passei a acompanhar o Sport mais de perto. Criou-se uma empatia com o presidente e as coisas vieram crescendo. Chego aqui com muita disposição. Conheço a história do Sport, desse time que tem a garra que o torcedor gosta. E eu também gosto.”

Elenco

“Preciso contar com a colaboração dos jogadores. Estou em um momento de muita felicidade. Me sinto feliz em ter sido convidado para tentar ajudar o Sport a tentar conseguir os resultados e vou contar certamente com a colaboração dos atletas, que conheço todos, ou quase todos de ver jogar de longe. No dia a dia, o contato será mais próximo e vou conhecê-los na atividade. Preciso muito desse grupo que já mostrou suas qualidades, apesar de viver um momento de baixa na Série A.”

Vencer fora de casa

“É o desafio que tem sido a dificuldade do time. Talvez, a diferença seja a força do torcedor em casa, que nem sempre se consegue ter fora. Talvez, seja isso. Mas sempre tenho dito que não muda nada teoricamente. Você joga em bons campos, com o mesmo regulamento… É uma questão só de acreditar. É um trabalho que tem que ser feito. Não se pode jogar um campeonato sem ganhar fora. E em um campeonato de pontos corridos nem sempre um empate é um bom resultado.”

Tempo afastado da função de técnico

“Da mídia nem tanto. Mas ficar fora esse tempo foi uma posição minha. Tive alguns convites, mas nenhum me motivou. Os convites não me satisfizeram, não me motivaram, não havia planejamento. Nunca tive pressa em relação a isso. Aproveitei esse período para conversar com alguns profissionais do mundo da bola que eu respeito. E essa decisão de voltar tem a ver com isso: me preparei para voltar, tenho convicção que o Sport vai me dar condições para realizar um bom trabalho. A história do Sport e o trabalho que o Sport faz nas categorias de base…. Várias coisas, conversa lá atrás… Tudo isso fez com que eu aceitasse esse desafio que não é pequeno, mas que também não assusta.”

Pensou em desistir de ser técnico

“O fato de ser treinador ainda estava muito forte, apenas os convites que tive as coisas não se concretizaram. Isso dependia muito do ‘todo’. Quando falo no ‘todo’ falo em planejamento, força do time, torcida, isso tudo tem que fechar para que as coisas possam acontecer.”

Sul-Americana

“O foco é na Sul-Americana, pensar no Huracán. É uma competição diferente, eliminatória, por isso a importância de conseguir a vitória logo em casa. Para isso, o time precisa da garra do torcedor. E depois começar a pensar no Brasileiro, na Chapecoense, sempre jogo a jogo.”

Rejeição de parte da torcida

“Aprendi evidentemente, e isso faz parte democracia, a respeitar as opiniões. Comecei com a Seleção Brasileira, fizemos um trabalho possível de revelação de atletas, que tinha que ser feito. Depois estive América-MEX, onde dei chance a atletas que se concretizaram na seleção… Depois trabalhei na Rede Globo, como comentarista, como todos sabem. Sempre estive muito atualizado sobre as coisas, sempre tive o cuidado de saber por que os treinadores faziam determinadas coisas para ser justo. Como jornalista é importante ouvir os dois lados da coisas, foi assim que eu aprendi. Então, me preparei. Depois quando assumi o Inter, em 2011, peguei o time no meio da competição; depois estive no Bahia, conquistei nesses dois times, dois regionais. Tenho muita motivação, me sinto muito preparado para isso. Respeito as opiniões, evidentemente.”

Divisões de base

“Para fortalecer os clubes tem que se fortalecer a base. E no Sport não é diferente. Você tem que ter cuidado para lançar atletas. Tem que se fazer isso. Uma das coisas que me agradaram na conversa foi isso, o cuidado nesse lançamento de atletas, para mandá-los em condições. E isso vamos ter capacidade para fazer.”

Filosofia do Sport em manter técnico a longo prazo

“No futebol precisa-se ter convicção e o Sport teve com Eduardo (Baptista) em mantê-lo. E fez bem. Tinha que se dar tempo para Eduardo, não tem outro jeito. É uma das críticas que faço essa troca. Está comprovado que na grande maioria das vezes as coisas não funcionam. E isso é uma coisa que precisa mudar. Quando se contrata um profissional tem que definir bem quem e dar condições de avaliar ao longo do tempo. E sentir. Esse é o caminho. Tem que ter a capacidade de entender que as coisas tem que ser bem definidas, e com pessoas competentes entender o que está acontecendo. Se é passageiro, se pode melhorar…”

Tratamento com os atletas

“Não me espere gritando à beira do gramado. Prefiro a conversa, mas também se exigir isso, vai ter isso (gritos). Mas pelos jogadores que conheço aqui são profissionais, sabem que jogam 11, não dá para botar todo mundo, e que estamos todos no mesmo barco. Que tem que respeitar a decisão do treinador e o companheiro que está jogando.”

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