Fotografar(se), mania eterna das redes sociais
Quando eu era guri, tirava casualmente fotos (mal enquadradas) com uma câmera analógica e depois partia pra Almir Fotografias para revelar, selecionando as melhores para não pagar muito. Atualmente, não. Atualmente o marmanjo se passa a tirar fotos utilizando o smartphone de frente para o espelho da academia com o intuito de postar nas redes sociais com a legenda “hoje o treino foi hardcore”.
Também existe a mania masculina de publicar fotos de si mesmo diariamente no Facebook e no Instagram. Nem o auto-admirador da mitologia grega, Narciso, era tão vaidoso. Não sei se tal conduta serve para alavancar ibope com as meninas, mas, convenhamos, tem bastante macho extrapolando no limite da futilidade.
Continuo dizendo que quando eu era guri, espiava casualmente fotos de mulheres que faziam books. Atualmente, não. Atualmente a mulherada praticamente narra sua vida por fotos “intoxicando o feed alheio”, expondo da comida que come até o look que veste. Tudo em prol de popularidade virtual, autoestima e likes.
Também existe a mania feminina de “caras e bocas” nos registros. Quando se é novinha, compreende-se, faz parte. Mas o que dizer de uma mulher quase coroa fazendo biquinho e sensualizando nas poses? Existem as que pensam que estão num ensaio do site Paparazzo, é dose. Sem contar as distraídas que frequentemente saem peladinhas em fotografias espalhadas pelos 4 cantos.
Por fim, o que realmente marcou na entrega do Oscar 2014? Leonardo DiCaprio batendo na trave de novo na hora de conquistar a estatueta? 12 Anos de Escravidão sendo reconhecido como o melhor filme? Brad Pitt comendo pizza na cerimônia? Não! Quando Bradley Cooper pegou aquele Galaxy Note 3 e reuniu a rapaziada de Hollywood para registrar uma foto, mal sabia ele o que o midiático “autorretrato coletivo” causaria na vida, dicionário e ideologia das pessoas. Portanto, eis o grande legado da Academia (e Samsung) para a humanidade. Todo mundo agora “não vive sem uma selfie”.
A comunicação me fascina. Gosto de relatar, informar e opinar. Portanto, pus no ar um site pra expor minha terra de uma maneira dinâmica, sob o meu prisma e o de outros autores.