Francisco, o Papa da diplomacia e dos humildes

Morales dá a Francisco um Cristo crucificado sobre foice e martelo.

Morales dá a Francisco um Cristo crucificado sobre foice e martelo.

OPINIÃO ///

Comunista? Não. O Papa é humanista! Ou um pontífice com requintes de Dalai Lama, conhecedor como poucos da arte da diplomacia. Se o Presidente da Bolívia, Evo Morales, quis “abençoar sua ideologia” – aproveitando-se de uma réplica da escultura construída pelo padre espanhol Luis Espinal, que em outrora teve o intuito simbólico de valorizar o diálogo entre partes divergentes –, Francisco tirou de letra a polêmica.

Porque o atual líder da Igreja Católica possui um posicionamento progressista e flexível. Em tempos de intolerância, o Papa caminha na contramão da imposição, amparando e principalmente não julgando. Mostrou-se assim quando abraçou seu amigo, o pastor evangélico Giovanni Traettino, pedindo desculpas por perseguições de católicos a protestantes. Sinalizou cogitar reformas impensáveis, como a aceitação da união entre homossexuais; inclusive recebeu no Vaticano um grupo de católicos gays. Admitiu barbáries do passado, pedindo perdão a ancestrais de povos indígenas que sofreram atrocidades do “cristianismo exploratório” no período da colonização.

Bom, se antes não, quando ainda pregava a palavra de Cristo como padre na Argentina. Agora o Papa Francisco pende para a teologia da libertação. Não por Marx, mas sim por Jesus e seus ensinamentos. Ou simplesmente, pela quebra de paradigmas desvairados. Por isso ele acolhe também os que não seguem as mesmas liturgias. Por isso ele colhe admiração de não cristãos. Semeando o bem plural. Fortificando a doutrina que diz que a Igreja Católica é “o caminho da salvação, mas não o único caminho”. Que assim seja! Avante, Chico!

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