Incêndios na Amazônia aumentaram 28% em julho, mostra Inpe

A ocorrência de incêndios florestais na Amazônia brasileira no mês passado aumentou 28% em relação a julho de 2019, mostraram dados de satélite deste sábado (1º), aumentando os temores de que a maior floresta tropical do mundo seja novamente devastada por incêndios este ano.
 
O número é ainda mais preocupante porque 2019 já foi um ano devastador em relação aos incêndios na Amazônia, provocando protestos internacionais.
 
Isso pressionou o Brasil, que abriga cerca de 60% da Amazônia, a fazer mais para proteger a floresta, considerada vital para conter o impacto das mudanças climáticas.
 
Com frequência, queimadas são usadas ilegalmente para limpar terras para agricultura, pecuária e mineração.
 
Ativistas acusam o presidente Jair Bolsonaro, um cético das mudanças climáticas, de incentivar o desmatamento com pedidos para abrir a floresta tropical à agricultura e à indústria.
 
Sob pressão internacional, Bolsonaro enviou o Exército para combater as queimadas e declarou uma moratória para a prática. Mas ativistas afirmam que isto não foi o suficiente para resolver o problema.
 
Esse é o número mais alto registrado em um mês de julho desde 2005, segundo o grupo ambientalista Greenpeace.
 
“A moratória, que proíbe no papel as queimadas, não funciona se não houver também uma resposta no campo, com mais fiscalizações. Afinal, criminoso não é conhecido por seguir leis”, acrescentou.
 
Mas, o governo Bolsonaro tem cortado o orçamento, pessoal e programas desenvolvidos pelo Ibama.
 
“Desmatar é um investimento”
 
A temporada de incêndios na Amazônia costuma ocorrer entre junho e outubro, mas as chamas são apenas parte do problema do desmatamento: no resto do ano, fazendeiros, garimpeiros e grileiros derrubam a vegetação e se preparam para queimá-la.
 
Os seis primeiros meses de 2020 foram os piores nos registros de desmatamento na Amazônia brasileira, com 3.069 km2 – uma área maior do que o território de Luxemburgo – segundo dados do Inpe.
 
Se uma parte significativa desta vegetação queimar em 2020, o resultado poderá ser catastrófico, alertam especialistas.
 
Em agosto do ano passado, os incêndios dispararam quase 200% com relação a agosto do ano anterior, a 30.900, provocando uma espessa nuvem negra que chegou a São Paulo, a milhares de quilômetros de distância, e provocando um alarme global.
 
O número de incêndios caiu desde então, sob escrutínio e pressão crescentes – inclusive de empresas e investidores preocupados com o impacto sobre a imagem do Brasil.
 
Mas Berenguer afirma que é só questão de tempo para que a terra recém-desmatada queime em nome da agropecuária.
 
“Não se desmata para deixar todas aquelas árvores no chão. É preciso queimá-las para recuperar o investimento”.
 
(fonte: G1)

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