Voluntárias na luta contra o câncer de mama
(fonte: Diário de Pernambuco)
Doença silenciosa e perigosa, o câncer de mama tem taxas de cura acima dos 90% em estágio inicial. Mesmo assim é o tipo de câncer que mais mata mulheres no Brasil. Anualmente, são mais de 12 mil óbitos pela doença, contabiliza o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Neste ano, só em Pernambuco, serão cerca de 2,5 mil novos casos. Começa o Outubro Rosa, um alerta mundial para lembrar a luta das mulheres diagnosticadas e fortalecer as ações detecção precoce. O Diario também se vestiu de rosa e inicia uma série de reportagens, que serão veiculadas toda quarta-feira, sobre o tema.
O maior desafio da vida de Janine Nascimento, de 44 anos, chegou antes dos 30, da forma mais silenciosa possível e em etapas. Ao procurar um médico por causa de um acidente doméstico, ela descobriu um câncer no seio direito. Ergueu a cabeça e foi à luta. Quando estava prestes a receber alta, foi diagnosticada com câncer na mama esquerda. Iniciou novamente o tratamento, venceu e há oito anos ajuda outras mulheres a traçar o mesmo caminho de cura.
Janine é voluntária no Hospital do Câncer de Pernambuco (HCP). A unidade tem 10 mastologistas, 15 oncologistas clínicos e quatro residentes para atender portadoras de câncer de mama. Uma rede de 168 voluntários se junta a esse corpo técnico para elevar a autoestima das mulheres e ajudá-las a superar o tratamento quimioterápico e radioterápico que, por vezes, pode incluir a queda de cabelo e a retirada da mama. Dos 168 voluntários, 50 são ex-portadoras de câncer de mama que, assim como Janine, optaram por levar o exemplo de vida para a história de outras diagnosticadas.
“Não é simples passar por essa situação e as voluntárias dão força na hora do abatimento. Mostram o poder da mente da mulher na reação, para além da questão da medicina”, explica a presidente da Rede Feminina Estadual de Combate ao Câncer de Pernambuco, Maria da Paz Azevedo Silva. Antes mesmo de sair vitoriosa da segunda batalha, Janine decidiu participar do corpo de voluntariados do HCP. “É uma palavra que a gente não quer escutar. Nunca pensamos que vai acontecer consoco. Mas o câncer não vem para a morte, sim para a vida”, ressalta.
Janine viu o cabelo cair duas vezes e fez reconstrução das mamas. Durante todo o período de tratamento, ao qual ela julga como “terrível”, teve o apoio das voluntárias. Sem perceber, foi inserida em um “círculo vicioso” do bem. “Sentia vontade de ajudar como fui ajudada”. As ex-portadoras de câncer de mama trabalham tanto com cuidados paliativos, na enfermaria São Lucas do HCP, quanto com a distribuição de perucas, lenços, próteses e material de higiene para os pacientes. Hoje, elas fazem ação com apresentação de banda e teatro para os pacientes em tratamento, como abertura do Outubro Rosa.
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