Morre aos 89 anos, José Mujica, ex-presidente do Uruguai

Político e militante passou 14 anos preso por sua participação na luta armada em seu país. Em abril, ele havia revelado a descoberta de um tumor no esôfago em estágio avançado.
José “Pepe” Mujica, ex-presidente do Uruguai, morreu nesta terça-feira (13) aos 89 anos. Ele governou o país entre 2010 e 2015.
Em abril de 2024, ele anunciou que estava com um tumor no estômago, com o órgão “muito comprometido”. Também afirmou que seu quadro de saúde era “duplamente complexo”, já que sofria de uma doença imunológica há mais de 20 anos que havia afetado os rins.
José Alberto Mujica Cordano nasceu em Montevidéu, em 20 de maio de 1935. Nos anos 1960, tornou-se membro da guerrilha Movimento de Libertação Nacional – Tupamaros. O grupo se notabilizou, antes da instalação da ditadura militar uruguaia, em 1973, por assaltar bancos e distribuir comida e dinheiro roubado aos pobres.
Durante sua atuação na clandestinidade, Mujica foi ferido quatro vezes em confrontos com forças policiais. Escapou duas vezes da prisão até ser recapturado definitivamente, em 1972.
Presidência
Mujica foi eleito sucessor de Vázquez e assumiu a Presidência em 2010, governando até 2015. Em sua gestão, o gasto social saltou de 60,9% para 75,5% do total do gasto público.
Em conformidade com sua visão política, o salário mínimo teve um aumento de 250%. Em 2012, ele propôs a legalização do consumo e da venda da maconha, que acabou se concretizando no país.
Ao lado da mulher, Lucía Topolansky, Mujica chamou atenção como um chefe de Estado de vida simples: morava em um sítio nos arredores da capital e dirigia diariamente seu próprio Fusca, ano 1987, até a sede do Executivo, na Praça Independência.
Após deixar a Presidência, voltou ao Senado, cargo que ocupou até 2020, quando renunciou por motivos de saúde, em meio à pandemia de Covid-19.
Mujica passou os últimos anos de sua vida cuidando de sua horta. Acredita-se que doava 90% do salário como ex-presidente para projetos de combate à pobreza.
Durante a maior parte da vida, declarou-se ateu. Em uma entrevista de 2012, sintetizou sua crença: “Não tenho religião, mas sou quase panteísta: admiro a natureza”.
(Fonte: G1)
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