Mortes no trânsito: em 73% das cidades brasileiras, o trânsito mata igual ou mais do que as armas de fogo, aponta estudo

Mais um estudo comprova o estrago que o trânsito brasileiro provoca nas cidades, alimentado pela imprudência ao volante e a omissão do poder público na fiscalização e adoção de medidas que reduzam a velocidade nas estradas e avenidas do País. Em 73% das cidades – incluindo muitas capitais -, as mortes no trânsito superam as mortes por armas de fogo no Brasil.

E, em 38,30% delas, a letalidade do trânsito supera – e muito – os óbitos causados por armas de fogo. É o caso de algumas capitais como Goiânia (GO), São Paulo (SP) e Boa Vista (RR). Em diversos casos, como o de Cuiabá (MT) e Florianópolis (SC), a quantidade de mortes no trânsito é, respectivamente, 110,89% e 44,06% maior do que por armas de fogo.

Os dados são do ‘Relatório Comparativo entre Homicídios por Armas de Fogo e Sinistros de Trânsito’, elaborado e divulgado pelo Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV), em parceria com a Universidade Federal do Paraná (UFPR). O estudo mostra que o trânsito tem sido mais letal do que as armas de fogo nos últimos anos.

Segundo o relatório, elaborado a partir de dados do DataSUS do Ministério da Saúde, 33.227 pessoas morreram por armas de fogo no Brasil, em 2022 (último ano com as estatísticas consolidadas disponíveis). No mesmo ano, houve 33.426 mortes no trânsito no País – sem considerar a subnotificação existente na saúde pública e privada.

O Relatório Comparativo entre Homicídios por Armas de Fogo e Sinistros de Trânsito mostra, ainda, que em quase 40% das cidades a letalidade do trânsito supera a das armas de fogo – Cortesia.

Esses números confirmam que o trânsito mata, tanto quanto, ou mais, que a violência armada, em 73% dos municípios comparados, o que totalizam 4.800 cidades do Brasil. “Os riscos no trânsito são tão grandes quanto os da violência urbana. Muitas vezes, você deixa de sair de casa à noite por medo de ser assaltado. Entretanto, se eu disser que a via pela qual você pretende circular é a que mais mata na cidade, você provavelmente não ficará inibido de sair de casa por conta disso”, alerta o CEO do Observatório, Paulo Guimarães.

(Fonte: JC)

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