Os Surubinenses: Seu Renato

O surubinense Renato Sposito, 91 anos, trabalha até mesmo no Dia do Trabalhador (feriado destinado ao descanso). Pouco tempo depois dos direitos trabalhistas serem legislados no Estado Novo de Getúlio Vargas, o simpático senhor da foto ingressou no ramo de sapatos. Mais precisamente por volta de 1945, aqui mesmo em Surubim, após o término da 2º Guerra Mundial. Nos últimos anos, ele resolveu alugar o salão da sua antiga sapataria no centro de Surubim. Ainda Assim, vende as sobras dos estoques na garagem de casa e segunda a sábado. | Foto: Surubim News

O surubinense Renato Sposito, 91 anos, trabalha até mesmo no Dia do Trabalhador (feriado destinado ao descanso). Pouco tempo depois dos direitos trabalhistas serem legislados no Estado Novo de Getúlio Vargas, o simpático senhor da foto ingressou no ramo de sapatos. Mais precisamente por volta de 1945, aqui mesmo em Surubim, após o término da 2º Guerra Mundial. Nos últimos anos, ele resolveu alugar o salão da sua antiga sapataria no centro de Surubim. Ainda Assim, vende as sobras dos estoques na garagem de casa e segunda a sábado. | Foto: Surubim News

OS SURUBINENSES ///
Sozinho, vendendo os calçados restantes da sua antiga loja, observa da garagem de casa a vida e as pessoas passarem. Os últimos meses não foram fáceis. Quem aparece logo se vai, após diálogos protocolares sem tanto apego. E quem realmente se foi não volta mais. Sua mulher faleceu, deixando lacunas e ecos. Problemas consequentes de saúde levaram-na. Memórias e histórias ficaram.
 
Porém, diante da perda indelével, esbanja lucidez aos 91 anos. A invejável longevidade é seu trunfo. Não deveria, mas trabalha. Definitivamente não deveria, mas dirige. O que lhe move é o que lhe tira da inércia. Cercado por netos solícitos e amorosos. Busca ludibriar a mente, esquecendo que seus filhos são às vezes ingratos. Ah, a velhice e as oscilações emocionais.
 
O processo inevitável da partida, parte qualquer um. Até mesmo quem se apresenta durão como o morador da Rua João Batista, Seu Renato. Contudo, ele ainda sorri, brinca e segue. Enquanto houver ar, há motivos pra caminhar. Por desejos de novos ensejos. Ou pelo brio da vida, simplesmente!

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