Pantanal tem mês de setembro com mais focos de incêndio na história

Sebastião Baldi Silva Junior, de 40 anos, tenta apagar um incêndio em uma fazenda no Pantanal, a maior área úmida do mundo, em Poconé (MT) — Foto: Amanda Perobelli/Reuters
Três meses antes de terminar, 2020 também ultrapassou o recorde de queimadas em um ano para o bioma: foram 15.756 focos registrados desde janeiro até quarta-feira (16). Antes, o número mais alto havia sido registrado em 2005, com 12.536 focos em todo o ano. A alta é de cerca de 26%.

Um jacaré morto é visto em uma área que queimada após incêndio no Pantanal, a maior área úmida do mundo, em Poconé (MT) — Foto: Amanda Perobelli/Reuters
“Não tem outra perspectiva. O fogo fica queimando por baixo, vai queimando e depois surge de novo na superfície, porque às vezes a água não infiltra o suficiente. Para apagar, o ideal é que chova, e que chova muito”, explica Dias.

Cobra é vista morta depois de incêndio no Pantanal em Poconé (MT), no dia 31 de agosto. — Foto: Amanda Perobelli/Reuters
“Nessa época, não tem como afirmar, por exemplo, que seja o raio [a causa], a origem é humana. É um descuido, um momento equivocado de pôr fogo”, avalia. “O primeiro fogo é de origem humana; depois pode ter essa característica do Pantanal [em que o fogo queima por baixo do solo]”, diz.
“A vegetação, se chover 15, 20 dias, ela está exuberante novamente. Dependendo do volume da chuva, alguns dias depois o verde começa a retornar. Só que o impacto direto do fogo é muito grande, principalmente na fauna e na questão econômica. O principal é a água, tem lugares que não têm água. O animal precisa de água – são os os ônus pós-fogo”, lembra.

Foto aérea mostra a fumaça das queimadas ao redor do rio Cuiabá, em Poconé (MT), no Pantanal — Foto: Amanda Perobelli/Reuters
“Era sabido da ciência que a gente tinha uma estiagem no Pantanal. As contratações dos brigadistas foram atrasadas, que não conseguiram fazer nenhum trabalho de prevenção ao fogo. A melhor maneira de combater as queimadas é evitar o desmatamento e evitar que elas aconteçam”, afirmou.
A comunicação me fascina. Gosto de relatar, informar e opinar. Portanto, pus no ar um site pra expor minha terra de uma maneira dinâmica, sob o meu prisma e o de outros autores.