Polícia Federal alerta para regras do uso de canabidiol

(fonte: Diário de Pernambuco)

TRATAMENTO ///

A Polícia Federal está alertando à população sobre o uso terapêutico do canabidiol, uma das substâncias extraídas da maconha. De acordo com o órgão, a medicação será disponibilizada nas farmácias brasileiras em aproximadamente 40 dias, mas só poderá ser vendida através de retenção da receita, por se tratar de remédio controlado. O cultivo mesmo que para fins terapêuticos da maconha continua expressamente proibido no país.

Quem for pego comercializando ou adquirindo as substâncias sem a receita médica estará passivo de prisão em flagrante por tráfico de drogas. As penas variam de 5 a 15 anos de reclusão. O canabidiol foi retirado da lista de substâncias proibidas no Brasil e passou a ser controlado. A matéria prima para elaboração dos medicamentos deverá ser, por enquanto importada. A Anvisa ainda expedirá normas para que laboratórios possam fabricar os remédios.

Silvia Cavalcanti, mãe de Maycon Cavalcanti Alcântara, aguarda a chegada do medicamento para tratar a criança

Silvia Cavalcanti, mãe de Maycon Cavalcanti Alcântara, aguarda a chegada do medicamento para tratar a criança

O canabidiol é uma das mais de 480 substâncias presentes na maconha e que não possui o efeito alucinógeno. A liberação do seu uso para fins terapêuticos começou a ser discutida pela Anvisa ano passado, após a primeira ordem judicial para que a importação do produto fosse autorizada. Familiares de crianças com crises graves de epilepsia foram à Justiça para importar o medicamento que em seus depoimentos haviam apresentados resultados extremamente satisfatórios.

Entre os 17 países que já aprovaram a substância da maconha para fins medicinais estão: Canadá, EUA, Inglaterra, Holanda, Espanha, Itália, Israel, Uruguai, Chile, Bélgica, Finlândia, França, Dinamarca, Romênia e Suíça. O canabidiol tem sido vendido como um óleo em spray em pequenas bisnagas.

Espera – Maycon Cavalcanti Alcântara, 4 anos, é o primeiro pernambucano a receber autorização da Justiça para utilizar o canabidiol. Com epilepsia refratária gerada pela falta de oxigenação no cérebro no momento do parto, o menino, que também não anda e nem fala, chega a ter de seis a sete crises convulsivas todos os dias. São cerca de duzentas por mês, em média. A família do garoto aguarda a chegada do medicamento que deverá ser fornecido gratuitamente pelo estado.

Notícias Recentes