Por que os massacres nos EUA estão cada vez mais mortíferos?

(fonte: G1)
 
Três dos cinco mais trágicos ataques a tiros na história recente dos Estados Unidos ocorreram nos últimos 16 meses. 
O mais grave de todos foi realizado no último mês, deixando 58 vítimas fatais em Las Vegas. No segundo mais mortífero, 49 morreram na boate Pulse, em Orlando, na Flórida, em junho de 2016. Antes disso, em 2007, o ataque à faculdade Virginia Tech matou 32 pessoas, enquanto 27 morreram no massacre da escola Sandy Hook, em Newtown, em Connecticut, em 2012. Por fim, o atentado mais recente, ocorrido no último domingo em uma igreja em Sutherland Springs, no Texas, fez 26 vítimas fatais até o momento.
 
Esse é um fenômeno que começou em 1949, em Camden, em Nova Jersey, quando foi registrado um dos primeiros ataques a tiros no país – o ex-militar Howard Unruh disparou contra seus vizinhos, matando 13 pessoas. Nas décadas seguintes, o número de vítimas foi aumentando: 16 em Austin, no Texas, em 1966, e 21 em San Ysidro, na Califórnia, em 1984. As razões por trás dessa tendência perturbadora são várias e bastante complexas, o que faz com que muitas pessoas nos Estados Unidos e ao redor do mundo tenham dificuldades para entender o porquê de tanta violência. Por isso, a BBC buscou especialistas para tentar descobrir o que está por trás disso.
 
Armas usadas são mais poderosas
 
Os atiradores têm usado cada vez mais armas com cartuchos de alta capacidade, o que permite disparar muitos tiros antes de ter de recarregá-las. “Mais pessoas estão sendo alvejadas por mais balas em menos tempo”, explica David Hemenway, da Escola de Saúde Pública da Universidade Harvard, nos Estados Unidos.
 
Adam Lanza, que matou 26 na escola Sandy Hook, e James Holmes, que fez 12 vítimas em Aurora, no Colorado, ambos em 2012, usaram armas assim. Os dados mostram claramente que o número de mortes é maior quando fuzis são empregados em ataques individuais. Pesquisadores também analisaram as leis. Uma proibição à venda de armas de rifles semiautomáticos e cartuchos de alta capacidade foi instaurada em 1994 e derrubada em 2004. Especialistas dizem que, com o fim desse veto, foi dado início a uma nova era de massacres.
 
Com essas armas, os atiradores puderam disparar mais rapidamente e por mais tempo, matando mais pessoas nos atentados. Os Estados americanos têm leis próprias. Depois do ataque à Sandy Hook, Connecticut aprovou uma lei que baniu os fuzis semiautomáticos. Outros afrouxaram suas legislações, no entanto. Na Georgia, por exemplo, foi aprovada uma lei que permite às pessoas portar armas em salas de aulas, boates e outros locais. Especialistas do Centro Legal Giffords de Prevenção de Violência com Arma publicaram que Estados com controles mais rígidos nessa área tendem a ter menos violência armada.

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