Professores denunciam ao MPPE desvio de função em disciplinas especializadas na rede estadual de Pernambuco
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As áreas de Ciências Humanas e Sociais – que abrangem Filosofia, Geografia, História, Sociologia e Artes – estariam sendo as mais afetadas.
Com o início do ano letivo de 2025 em Pernambuco, a redistribuição da carga horária no Ensino Médio resultou em um aumento na carga horária da Formação Geral Básica (FGB) – que abrange Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas.
No entanto, professores aprovados no último concurso público denunciam que muitos estão sendo designados para ministrar disciplinas fora de sua especialidade.
As áreas de Ciências Humanas – que abrangem Filosofia, Geografia, História, Sociologia e Artes – são as mais afetadas por esse desvio de função. O problema será tema de uma audiência pública no Ministério Público de Pernambuco (MPPE), marcada para o dia 20 de fevereiro.
Segundo Matheus Rodrigues, professor e doutorando em Sociologia no Programa de Pós-Graduação em Sociologia (PPGS) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e representante da Comissão pela Mobilização de Convocação dos Professores, antes da última chamada já havia um desvio de função alarmante: 95% dos professores de Sociologia e Filosofia, além de 97% dos de Artes, estavam fora de suas áreas de formação.
“Isso ocorre em todo o estado, ou seja, estamos falando de mais de mil escolas que oferecem o Ensino Médio. Com a reinserção de Sociologia, Filosofia e Artes no currículo do Novo Ensino Médio, o governo não contratou professores em número suficiente para atender a essa demanda”, afirmou Matheus Rodrigues à coluna Enem e Educação.
Ainda de acordo com o professor de Sociologia, esse cenário impacta diretamente a aprendizagem dos alunos. “No Enem do ano passado, 50% da prova de Ciências Humanas foi baseada em conhecimentos de Sociologia. Quando um estado não conta com professores especializados ministrando essa disciplina, os estudantes inevitavelmente perdem em formação e desempenho”, criticou Rodrigues.
(Fonte: JC)
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