Projeto de lei dispensa estudos de impacto ambiental

(fonte: Diário de Pernambuco)

O Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto Ambiental (Eia/Rima), podem não ser mais exigidos aos empreendedores interessados em construir obras em Pernambuco, mesmo que a edificação tenha previsão de desmatamento de vegetação de preservação permanente. A mudança está sendo proposta na Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco (Alepe), no projeto de lei 407/2015, de autoria do Governo do Estado.

O Governo justifica a mudança na lei com “alta complexidade e elevado custo de produção” do Eia-Rima. De acordo com a Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), há outros estudos que podem compensar a não realização do estudo de impacto. Com a aprovação do projeto de lei, a própria CPRH decidirá se há ou necessidade de fazê-lo em cada um dos casos.

Proposta ainda em tramitação na Assembleia pretende eliminar estudo de impacto de obras que dependem de desmatamento.

Proposta ainda em tramitação na Assembleia pretende eliminar estudo de impacto de obras que dependem de desmatamento.

O projeto de lei está sendo criticado por especialistas na área de desenvolvimento e meio ambiente, como a doutora Edvânia Torres Aguiar. Para ela, a CPRH, que é um órgão ligado ao Governo do Estado, não tem autonomia para decidir sobre uma obra do próprio Governo. E cita como exemplos, a duplicação da BR-232, Arena, polo industrial de Goiana e a Via Mangue. “Nenhum Eia/Rima discutiu suficientemente os impactos dessas obras”, alertou Edvânia Torres.

Para a promotora de Justiça do Meio Ambiente, Habitação e Urbanismo de Olinda, Belize Câmara, o estudo é imprescindível. “É uma garantia de que a população será ouvida nas audiências públicas”, explicou a promotora. No projeto executivo da Via Metropolitana Norte, a promotora cita por exemplo, que estava previsto o Eia/Rima. “Será que que consideram pouco impacto ambiental o alargamento do Rio Fragoso e a supressão de mil árvores? ”, questionou Belize Câmara.

Em abril, O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) recomendou a suspensão das obras pela falta do relatório. Em julho, uma liminar da justiça decidiu pela paralisação, mas foi derrubada. Em nota, a CPRH informou que obteve um parecer favorável para continuação das obras embargadas. Quanto ao PL do executivo, a CPRH informou que participou da elaboração do projeto junto com a Secretaria de Meio Ambiente.

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