Recado de um mineiro genuinamente brasileiro
Por meio das redes sociais, ao longo dos últimos 6, 7 anos, adquiri muitos amigos espalhados pelos quatro cantos do país ou mesmo residentes no exterior. Com eles, evolui como ser humano, aprendendo sobre as particularidades étnicas de cada região. Também contrapus positivamente, escancarando para centros maiores o repertório cultural da minha querida Surubim.
O fato é que “os bons são a maioria” e não podemos generalizar ou cogitar o Brasil como uma nação dividida, apesar das polêmicas envolvendo comentários racistas e xenofóbicos. Mesmo que haja revolta por parte dos que se sentem atingidos – e muitas pessoas merecem sim a punição pelo preconceito que expuseram –, o foco maior é a valorização da concepção igualitária. Por fim, deixo abaixo um recado poético em texto e vídeo de um filho de Minas Gerais (terra do candidato derrotado por Dilma).
Perfil (pelo próprio): Lucas Amaral (vulgo Cuca) é jornalista e profissional de Marketing Digital. Nas horas vagas, escreve textos, crônicas e livros. Ateu e apartidário, acredita que palavras possuem o que tanto almeja a humanidade: elas são imortais. Twitter: @lucasamaralj.
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“É tudo povo, é brasileiro”
Não se ofenda nordestino
Não se sinta agredido sulista
Gaúcho, acreano, paulista, mineiro
Porque aqui, a raça é mista
É tudo povo, é brasileiro
Vejo tanto ódio nas redes
Tanto fogo no palheiro
Mato-grossense, baiano, carioca, capixaba
Humano
Trabalhador é companheiro
No batente, na enxada
É tudo povo, é brasileiro
Co-irmãos de sofrimento
Tiradentes, herói
João de Deus, salvador
Bento, visionário
Toledo, vanguardeiro
Caneca, humanitário
Zumbi, libertador
Antônio, conselheiro
Batista Campos, inovador
É tudo povo, é brasileiro
É tudo povo, é brasileiro
Nossa gente, gente igual
Gente rica, gente pobre
Acordeão, berimbau
Ouro, prata, ferro e cobre
Tapioca, pirão
Chimarrão, caipirinha
E pão de queijo do bão
Abacaxi, mandioquinha
Bambu, seringueira
Ipê, café, jacarandá
Salgueiro, coqueiro, oliveira
Imbuia, cajueiro
É tudo povo, é brasileiro
Não me venha com essa prosa
De visão separatista
De tão ruim, joga pro lado
Dói a mente, dói a vista
A sua terra é a minha
Tchê, uai, vixe mainha
Abra os olhos, não se acanhe
Deixe de lado o dinheiro
E perceba, que aqui tudo é igual
É tudo povo, é brasileiro
Tudo isso é egoísmo,
É olhar pro próprio umbigo
“Se eu não melhoro de vida
Quem melhora é inimigo”
Repare mais nos canteiros
Desvie um pouco o olhar
“Quem se importa com comida
Se eu tiver meu caviar?”
Não desista de um país
Devido ao vencedor da eleição
Candidato não é anjo
Nem renega a ti o pão
É preciso ter coragem,
E começar tudo de novo
Dilma, Aécio ou Marina?
O que importa é o povo
Tenho ouvido muitas críticas
Às manifestações do ano passado
Que todos que eram vítimas
As eram por vinte centavos
Na verdade, a mensagem
“Somos vivos, somos bravos”
Vale pra qualquer político
Vale pra qualquer situação
A revolução não foi prática
Na verdade, é ideológica
Se antes calavam a imprensa
E impediam inovação
Hoje são milhões conectados
Só mostrou pros governantes
Que estamos acordados
Não caiamos na pilha
De divisão de nações
Somos filho, somos filha
Uma voz, mil corações
E entender de vez
Que o interior e o praieiro
O filho da terra e o imigrante
É tudo povo, é brasileiro
A comunicação me fascina. Gosto de relatar, informar e opinar. Portanto, pus no ar um site pra expor minha terra de uma maneira dinâmica, sob o meu prisma e o de outros autores.