Sob Bolsonaro, invasões de terras indígenas superam 2018
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Na terra indígena Karipuna, em Rondônia, os índios não podem mais usar a estrada que cruza seu território, com medo dos madeireiros. Localizado em Rondônia, a apenas 100 km da capital Porto Velho, o território é a última mancha verde na região do baixo Rio Jaci-Paraná. A mata dos Karipuna, onde crescem ipês, angelins e garapas, virou fonte de madeiras nobres para serrarias da cidade de Buritis e do distrito de União Bandeirantes. Alvo de críticas do presidente Jair Bolsonaro, as terras indígenas estão na mira de invasores. O mais recente balanço lançado pelo Conselho Indigenista Missionário, o Cimi, grupo que faz parte da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), mostra que os ataques, que já vinham aumentando nos últimos três anos, se intensificaram em 2019: em nove meses foram registrados 160 ataques, contra 109 em todo o ano de 2018.
Em discurso na 74ª Assembleia Geral da ONU, no último dia 24, Bolsonaro repetiu uma de suas promessas de campanha: não demarcar mais terras indígenas. “Hoje, 14% do território brasileiro está demarcado como terra indígena. […] Quero deixar claro: o Brasil não vai aumentar para 20% sua área já demarcada como terra indígena”, afirmou o presidente na ONU. Também criticou as organizações de proteção indígena, acusando-as de manipular líderes das etnias, e atacou diretamente o cacique Kayapó Raoni Metuktire.
No texto de abertura do relatório do Cimi, o bispo Paloschi aponta para a “ïnstitucionalização da violência” contra os povos indígenas. Segundo ele, as violações aos direitos dos índios são “promovidas e desencadeadas ao longo de décadas de modo sistemático por particulares e pelo Estado brasileiro”. Porém elas estariam ocorrendo de maneira muito mais acelerada neste momento na Amazônia.
Uma das questões levantadas pelo Cimi é que, mesmo que exista um grande número de terras indígenas declaradas no Brasil, a maioria delas – 63% – não está regularizada. Ou seja, das 1 290 terras indígenas, 821, por não terem limites demarcados, têm situação frágil. Destas últimas, também a maioria sequer teve os trâmites de legalização iniciados.
(fonte: Piauí)
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