Status: Sendo Mãe
Descobri-me mãe em agosto do ano passado, quando no exame dizia ter uma vida de menos de 3 semanas sendo gerada dentro de mim. Tive 38 semanas e 2 dias para senti-lo crescendo, modificar meu corpo e transformar meu ser, minha vida. Nasci mãe no dia 28 de março, após o período que preparou para os dias de dores e alegrias que se seguiram. Dali em diante eu me vi com aquele pequenino que me fez tão grande! O que sentia até então era o desejo de cuidar, de ter uma vida para compartilhar a minha. O que sinto hoje é a responsabilidade desse cuidado e o amor desse compartilhamento diário.
Cada choro, cada riso, cada soluço, cada careta e som provoca um sentimento, uma atenção. E assim, a cada dia vou sendo a mãe que ele me ensina a ser, meu filho e mestre. A primeira lição foi ter paciência para esperar seu tempo, a segunda foi doação de todo o meu tempo, a terceira de dedicação… E a cada dia ele me ensina a viver de outra forma, me ensinou a sair da fôrma.
Hoje me sinto mais forte, mais persistente, mais resistente e humana, me sinto mãe. Dói, dói sim! As contrações foram dolorosas, a recuperação também, os seios feridos doeram muitos dias, porém, nada mais dói do que vê-lo com cólica ou chorando, nada é tão doloroso quanto vê-lo sentindo dor. E seguem os dias de alegrias e dores, sigo sendo mãe, um status pra toda a vida!
Difícil se descrever em poucos caracteres, mas, possível dizer que me formei em Terapia Ocupacional pela UFPE, fiz residência em Saúde Mental pela UPE e componho o Núcleo de Luta Antimanicomial de Pernambuco – Libertando Subjetividades – porque acredito nos passarinhos e não nas gaiolas!