Tipos Típicos da Vaquejada 2
SATIRIZANDO /// Durante a Vaquejada, a cachaça é a padroeira dos devotos da bebedeira desenfreada. A bebida serve para desinibir. A bebida serve para animar. A bebida serve para se distrair. A bebida serve para beber, cair e levantar. Ostentar! Vale ficar quase liso, com dinheiro no bolso que dá no máximo pra comprar um Halls do preto pra tirar o bafo. Mas tem que entrar na dança, pagar por uísque caro (Johnnie do vermelho no mínimo) e Red Bull.
O procedimento é clássico: segura o copo, acende o cigarro e olha para a roda de mulheres com cara de garanhão difícil. Primeiro é necessário fazer o charminho, avaliar “a mercadoria”, pedir a bênção e opinião de outros machos na mesma situação. Depois tem que chamar uma das gatinhas pra trocar ideia (soltando cantadas manjadas sob o olhar 43) ou pra dançar aquele forrozin pegado – sem se esquecer de empurrar nela algumas doses pra ficar meio caminho andado na hora de tentar beijá-la.
Em muitos casos, antes de partir para a gandaia no Parque, há quem resolva turbinar o juízo com os pariceiros e “as nêga” na porta de casa numa tremenda cachorrada. De preferência, com som de carro ligado nas alturas pra incomodar a vizinhança, genuinamente caracterizado. É chapéu, bota, fivela de vaqueiro e pose de quem aparenta andar de cavalo desde menininho.
Começa durante o dia, esquenta à noite, vara a madrugada e encerra-se de manhãzinha, comendo pirão com a galera bêbada em algum estabelecimento tradicional de Surubim. Sexta, sábado, domingo e até na segunda, sem nenhum atrapalho. Pois quando vem a Vaquejada é tempo de ficar apaixonado ou iniciar a semana seguinte sorrindo, mesmo trabalhando ressacado.
A comunicação me fascina. Gosto de relatar, informar e opinar. Portanto, pus no ar um site pra expor minha terra de uma maneira dinâmica, sob o meu prisma e o de outros autores.